Eleições 2022 - 05
O mundo bolsonarista
Tem-se a impressão que o bolsonarismo é uma seita alienígena que fala uma língua desconectada da realidade. Não há como entender as contradições e falsidades. Prega um deus que não é o Deus do amor, mas do ódio; a pátria bolsonarista é de desrespeito às instituições, da desordem e truculência; a família é longe da tradicional, regida pelo princípio de "até que a morte os separe"! Por fim, liberdade para quê e para quem? Para fazer barricadas? Para proteção dos parceiros?
1- Bloqueio de estradas. Qual o sentido destas ações? Protestar contra o resultado das eleições? Este é um discurso golpista que já não cola mais. Se não acreditam em eleições, por que concorreram? Não sabiam que quem concorre pode ganhar ou perder?
2 - Roberto Jefferson. Esta figura bolsonarista é um ícone da falta de caráter.
3- Carla Zambelli
Eleições 2022 - 05
Eleições 2022 - 05
“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”
Este célebre aforismo espanhol vem bem a calhar no que quero dizer. Assim como não acredito em bruxas, não acredito em “teorias da conspiração”. Quem não tem o que fazer fica a divagar e, encontrando meras coincidências, desenvolve teorias mirabolantes. Se você acredita em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, continue lendo, caso contrário, não perca seu tempo com estas divagações.
O Lula vai à COP-27 no Egito. Não me preocupo com
assombrações e múmias egípcias, mas se pudesse diria a ele: “não vá”. Não é por
nenhuma questão política, econômica ou ambiental, é por medo das bruxas.
As bruxas são “forças ocultas” que podem nos surpreender. Se
por um lado, não acredito na existência delas, por outro não vou desafiá-las. A
História do Brasil tem muitos “acasos” que só quem acredita em bruxas pode
desvendar.
Jânio Quadros, ao renunciar (26/08/1961), declarou haver no
Brasil “forças ocultas”. Pois bem, desde o descobrimento, o Brasil convive com
“forças estranhas” agindo sobre a nossa história! Não vou falar sobre o
“Descobrimento” que “ventos fortes” levaram as naus de Pedro Álvares Cabral
para a costa brasileira, sem que “ninguém” soubesse de terras ao sul do Equador
na recém descoberta América!.
Dando um passinho a frente na nossa história, encontramos
uma figura enigmática: Marechal Deodoro da Fonseca, fiel defensor da monarquia,
mas que na noite do dia 14 de novembro de 1889, foi dormir como monarquista e
amanheceu no dia 15 como republicano!
Por diversas razões oito vices assumiram a presidência:
Floriano Peixoto (vice de Deodoro), Nilo Peçanha (vice de Afonso Pena), Delfim
Moreira (vice de Rodrigues Alves), Café Filho (vice de Getúlio Vargas), João
Goulart (vice de Jânio Quadros), José Sarney (vice de Tancredo Neves), Itamar
Franco (vice de Collor) e Michel Temer (vice de Dilma). O leitor pode pesquisar
cada um destes casos e encontrará razões diversas/divergentes para os fatos,
mas uma coisa é certa, uma força atuou sobre cada um deles e, para mim, são
bruxas!!!!
Se eu pudesse recomendaria: Lula, “fique em casa”.
Eleições 2022 - 05
A fidelidade e o amor
Há pessoas que não estão sujeitas a intermediários nas suas relações com Deus, não imaginam a divindade como alguém num céu distante, mas reconhecem Deus como uma presença no “meio de nós. ”
Ser fiel a Deus é seguir o seu maior mandamento, “amai ao
próximo”. A Bíblia, muito mais do que um “livro sagrado” para as religiões, é a
base de nossa cultura ocidental, mais do que a “palavra divina” é o grande
código de ética. Assim, ler a Bíblia e conhecê-la é um gesto de engajamento em
nossa cultura.
Reconhecer Deus como fiel e fonte de amor, não exige de nós
sermos “arautos”, basta que sejamos exemplos. O ódio em nossas palavras, a
falta de respeito para com o próximo são atitudes de “infiéis”. Sendo Deus
fiel, não admite a infidelidade para com o seu maior mandamento que é amar o
próximo.
Neste momento, em que o nome de Deus passa a ser usado como
discurso político, sem preocupação com os sábios ensinamentos bíblicos, é
evidente que “o lobo está em pele de cordeiro. ” Só podemos servir a um só
senhor, e Ele é o amor ao próximo.
A própria Bíblia nos ensina a importância do amor. Para os
que conhecem a Bíblia apenas indico o caminho: Coríntios 13:4-7.
Não me confundam com crente, pregador ou qualquer outra
função religiosa, fico feliz se me reconhecerem como alguém que preza o estudo
da nossa cultura.
Eleições 2022 - 05
O silêncio de Bolsonaro
Durante estes dois dias de silêncio, com certeza, ele não
ficou inerte, deve ter imaginado alguma ação mais incisiva e buscado apoio no
meio político e militar. Que respostas recebeu, não há como saber, mas alguém
deve ter-lhe aconselhado a fazer um discurso tradicional. Depois de
conversações, o que restou foi o texto que ouvimos.
Este período de silêncio custou grande desgaste político,
pois mesmo os governadores que o apoiaram, durante a eleição, vieram à público
e trouxeram suas palavras de reconhecimento dos resultados das urnas e de
chamamento ao diálogo.
Por outro lado, durante esta inércia os seus seguidores
passaram a agir de forma irresponsável e mesmo criminosa. Bloquearam as
estradas, promoveram desordens e até gestos nazistas, como ocorreu em Santa
Catarina. Esta militância irresponsável e desordeira, exigiu novo
pronunciamento de Bolsonaro, condenando tais atos de vandalismo. O presidente
ficou numa situação constrangedora, pois sempre falou no direito constitucional
de “ir e vir” e, neste momento, teve de repreender os próprios apoiadores.
Eleições 2022 - 04
Se você não tem um posicionamento íntegro, você não tem uma causa justa. Ser justo é agir de acordo com a justiça, ou seja, condenar os mesmos crimes e aplaudir as mesmas ações justas.
Condenei as ações do MST, portanto sou justo ao condenar as
ações de bolsonaristas ao bloquear estradas. Você não pode ser seletivo, apoiar
a desordem quando lhe convém e condená-la quando prejudica. O direito de ir e
vir está em jogo nos dois casos.
Ouvi de bolsonaristas o argumento de que o Brasil poderia se
transformar numa Venezuela, mas o que a PRF está fazendo, ao ser conivente com
movimentos políticos, nada mais é do que atitudes semelhantes às da Guarda
Bolivariana! O silêncio de Bolsonaro é a senha para a criação do caos. As
camisas verde-amarelas e as bandeiras que víamos, em manifestações ordeiras,
antes das eleições, agora surgem em atos terroristas pelas estradas do Brasil.
Impossível aceitar dois pesos e duas medidas! Ter coerência
é indispensável para nos evidenciarmos como justos e de caráter.
Eleições 2022 - 03
O que Bolsonaro fez para merecer a derrota?
Na eleição de 2018, Bolsonaro ganhou com uma margem de mais
de 10 milhões de votos. Era pouco conhecido e sem apoio da grande mídia, foi
uma vitória surpreendente. Três fatores podem ser apontados para tal: o
desconhecimento, a facada e a ação de Moro.
Não se pode esquecer, também, que a sociedade brasileira já
estava cansada com as políticas petistas de “inclusões”, “politicamente
correto” e PETROBRÁS. Havia um desejo de renovação. Bolsonaro encarnou este
perfil de novo líder, comprometido com a moralidade e combate à corrupção. A sociedade brasileira acreditou neste
perfil, inclusive eu, e o elegeu. MAS....
Logo após tomar posse, o caso das “rachadinhas”, na ALERJ, vem
a público. São 42 deputados, de diversos partidos, inclusive André Ceciliano
(PT) e Flavio Bolsonaro (Rep.). O presidente Bolsonaro preocupou-se apenas com
o filho, passando a fazer uma defesa cega e temerária, obrigando-se a fazer
concessões que mais tarde o prejudicaram. O caminho correto seria condenar a
atitude de todos os 42 deputados, buscar esclarecimento dos fatos e agir com
rigor, mesmo que envolvesse Flávio. A atitude tomada, favoreceu a todos os
políticos envolvidos e, como consequência, um escândalo tão grande acabou em
cinzas. Neste episódio, a imagem de combate à corrupção saiu desgastada.
Independente de pautas de economia, segurança e moralidade,
a imagem do presidente ruiu por atitudes erradas, impulsivas e truculentas. Em
outras postagens examinaremos mais casos.
Eleições 2022 - 02
Estas eleições trouxeram algumas novidades.
Pela primeira vez um presidente do Brasil não consegue
reeleição. Após a emenda constitucional número 16 (04/06/1997), todos os
presidentes conquistaram um segundo mandato: Fernando Henrique, reeleito em
1998; Lula, reeleito em 2006 e Dilma Rousseff, reeleita em 2014. A pergunta que
não pode calar é: Por que eles conseguiram a reeleição e Bolsonaro não?
O Rio Grande do Sul nunca reelegeu um governador. O Eduardo
Leite conseguiu esta façanha. No primeiro turno ficou em segundo lugar, virou o
placar e venceu com larga margem de votos.
Às vezes a análise tem de ser feita por outro ângulo. É o
caso de analisar pela perspectiva do candidato derrotado. Lula pode não ter
sido a melhor opção, mas diante de Bolsonaro o povo não teve escolha. A palavra
amiga, acolhedora e sincera sempre se sobrepõe à arrogância, falta de educação
e desprezo pela vida. Independente de posições políticas e ideológicas o modelo
humano e de solidariedade falou mais alto.
No Rio Grande do Sul, Ônix colou a sua imagem à de
Bolsonaro, mas foi, ainda, muitos mais arrogante, pedante e confuso do que seu
ídolo. Os votos em Bolsonaro, no segundo turno, ultrapassaram aos dados ao
Ônix. Significa que alguns bolsonaristas votam Bolsonaro/Eduardo.
Lula e Eduardo Leite, sem desmerecê-los, pode-se dizer que
devem parte de suas vitórias à fragilidade dos concorrentes.
Eleições 2022 - 02
Meu voto
A eleição passou! Agora é pensar no Brasil como uma instituição
que está acima das ideologias. É hora de retomar o Deus que tem como maior
mandamento “amai o próximo”, o Deus que não está no alto, atrás das nuvens, mas
o que “está entre nós. ”
Votei Lula e Eduardo Leite! Sou vitorioso? NÃO!!!!!.
Sinto-me como alguém que gosta muito de cocada, mas ganha uma barra de
chocolate de presente. Por outro lado, sinto-me como alguém que transportava um
peso, além de suas forças e dá de ombros, jogando longe o fardo.
Se antes estava movido pela esperança, agora sinto-me
paralisado pelo terror e truculência que pode surgir até primeiro de
janeiro/2023!
Opinião
Neste final de campanha eleitoral, não posso deixar de
expressar a minha posição política. Seja qual for o posicionamento de alguém,
ele merece respeito e é dever respeitá-lo. Não gosto de indecisões e
posicionamentos ambíguos.
Sei que militantes de qualquer lado, terão dificuldade para
entender um posicionamento político-racional e distante de política partidária.
Sei que bolsonaristas dirão que sou petista e lulistas dirão que sou
bolsonarista. Longe destes rótulos, tomo a minha posição clara e racional. Como
não tenho filiação partidária, exerço o meu direito de cidadão com toda a
liberdade. Não há neutralidade, mas coerência!
Durante esta semana, vou postar textos que deixam com
clareza a quem confiarei meu voto.
Prefiro votar com critérios a votar com paixão, militância
ou subordinação a líderes políticos. Nomeio alguns critérios que regem as
minhas escolhas.
b). Religião é uma opção pessoal. Jamais a opção religiosa
pode influir no voto.
c). O sentimento de solidariedade, compaixão e respeito ao
próximo são fundamentais para determinar o caráter dos candidatos.
d). O respeito aos poderes constituídos é traço fundamental
da democracia.
e). A sociedade civil deve organizar-se livre da
interferência dos comandos militares. As Forças Armadas têm função específica,
conforme art. 142 da CF.
f). Os partidos políticos, no Brasil, não têm ideologia, são fisiológicos
e, por consequência, os políticos lutam, prioritariamente, por interesses
pessoais.
g) Votar em “A” ou “B” não é uma questão de impulso, de
irracionalidade ou de obediência sega a um líder. A escolha deve ser pessoal,
racional e livre.
h) Durante a campanha, todos os candidatos mostram-se
democratas, solidários e defensores das causas sociais, mas depois de eleitos
os interesses pessoais falam mais alto.
Seguindo estes critérios, o meu voto é para Lula, não por
alinhamento ao PT, muitos menos por fidelidade ao candidato. Impossível a
neutralidade, portanto a minha escolha é mais pelo caráter dos candidatos do
que por propostas políticas. Se o Bolsonaro ameaça a população com medo de
regime comunista, duas razões são importantes: a) o PT esteve no poder por mais
de 14 anos e não implantou ditadura comunista; b) nestes quatro anos de poder o
Bolsonaro já deu inequívocas demonstrações de opção por regime ditatorial
militar.
No estado voto Leite, apesar do Sartori! Impossível votar no
Onix, um truculento, louco religioso.
Amanhã eu voto, depois conversamos.