Não há dúvida de que tenho orgulho de saber ler e escrever,
isto é uma conquista importante. Quando se deixa de ser analfabeto, o orgulho
seguinte é ler e não necessitar de que alguém leia para nós. Saber ler é uma
liberdade.
Mas, eis que somos aviltados com frequência.
Já adultos, com formação universitária e leitores hábeis somos, às vezes, humilhados por alguém que lê para nós, impondo um ritmo de leitura que nos desagrada ou mesmo irrita. Este fato não é difícil de acontecer.
Já adultos, com formação universitária e leitores hábeis somos, às vezes, humilhados por alguém que lê para nós, impondo um ritmo de leitura que nos desagrada ou mesmo irrita. Este fato não é difícil de acontecer.
Com frequência, somos convidados para uma palestra, a ser
proferida por uma autoridade reconhecida sobre o tema. O nosso entusiasmo
aumenta ao ouvirmos o currículo do palestrante e todas as referências feitas à
sua capacidade intelectual. Adquirimos a certeza de que poderemos desfrutar de
novos conhecimentos e, assim, ampliarmos a nossa bagagem intelectual.
Logo após os cumprimentos, o palestrante abre sua bolsa e retira
um calhamaço de papéis, um frio percorre nossa espinha, mas uma pontinha de
esperança ainda se acende, pois, as folhas podem ser apenas anotações. Logo
chegamos à decepção, a leitura começa!!!!!
O conferencista que nos impõe leitura provoca uma irritação
infinita, pois, com esta atitude, ele nos chama de analfabetos. Para ele a
leitura é segurança, para nós um martírio. O relógio e o telefone celular
passam a ser objetos prioritários, nossas tábuas de salvação, mas o desconforto
de ficar sentados ouvindo por um tempo longo desgasta nossas reservas físicas e
as dores surgem por todo o corpo.
Qual a atitude? Levantar e ir embora, não é solução, pois o “grande
conferencista” deduzirá, de imediato, que somos tão ignorantes que não
conseguimos alcançar os conhecimentos oferecidos. Jogar no celular é uma
deselegância muito grande. Resta sentar, na forma mais cômoda possível, e
aguardar o final de leitura, bater palmas e sair rápido.
Quem impinge ao auditório uma leitura desta natureza, deve
ser bem identificado para que não sejamos vítimas de outra vez. Se sair antes
ou jogar no celular são atitudes deselegantes, socializar a experiência
negativa é uma forma preventiva de colaborar com outros incautos para que não
sejam vítimas de tal “autoridade”. Como já foi dito: "Ide por todo o mundo, pregai a novidade a toda a criatura" a fim de protegê-la de tal irritação.
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