sexta-feira, 1 de abril de 2016

Aula "magna"

Mais uma vez volto ao tema das palestras e pregação ideológica. Ontem tivemos a “Aula Magna”, proferida pelo Prof. Dr. Rodrigo Moraes de Oliveira. Infelizmente, mais uma vez fomos obrigados a ouvir defesa de bandidos! É revoltante perceber o quanto a esquerda tomou para si a defesa de criminosos. O discurso é sempre o mesmo - já é um mantra – repetindo sempre que a sociedade é culpada pela criminalidade; a inutilidade do sistema penal e o próprio Direito Penal; as más condições das penitenciárias e que todos somos criminosos.
Impossível aceitar tais premissas e não vou delongar-me no exame da cada uma, pois é inútil mostrar o sol ao cego ou o coro da nona para o surdo. Vou apenas comentar duas passagens da palestra que para mim foram emblemáticas. Falando sobre a redução da maioridade, o palestrante mostrou uma foto do presídio central e perguntou para a plateia se é correto jogar um menino de 16 anos naquele ambiente. Olhei para os lados para ver se alguém estava comovido, mas não percebi nenhuma lágrima a rolar!
Com absoluta certeza, o palestrante sabe que menores de 18 não irão para o Central, mas para entidades especializadas. Qual a razão de ocultar este detalhe? Apesar de insistir durante a sua preleção que sua fala seria técnica, utilizou o emocional dos ouvintes para cooptá-los. Em outro momento também utilizou o mesmo recurso. Ao mostrar três panelas de comida, nomeou-as como feijão, arroz e carne, acrescentando a carência de frutas e verduras!
Concordo plenamente com a miserabilidade da refeição, mas fico bem mais condoído com a situação de muitos operários que madrugam, tomam café preto com farinha de mandioca, levam marmita com feijão e farofa e os filhos, ao acordarem, terão chá ou café preto em vez de leite! Este herói merece o meu respeito e lamento pela sorte dele. Sei que isto não é uma questão penal, pois a solidariedade humana, a compaixão com o próximo e o profundo sentido de justiça falam mais alto e perturbam minha consciência.
Ninguém nega as condições de higiene do Central, mas quem conhece o centro de uma favela, sabe que aquelas famílias estão em situação igual ou pouco melhor, ou pior do que os habitantes do presídio. Não é justo virar as costas para a dura realidade social de honestos trabalhadores e dedicar tempo e intelecto para defender quem agride a sociedade.

Se algum professor solicitar relatório, valendo nota, terei de produzir outro gênero de texto. Infelizmente, se isto acontecer, serei forçado a expressar largos elogios ao nobre palestrante e manter silêncio sobre o que penso, mas aqui nesta rede social, tenho a liberdade de expressão que me concede a Constituição.

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