Os alunos da Lasalle que receberam o Caderno Acadêmico/2016,
talvez não tenham percebido um detalhe: “Ser global é ser La Salle” estampado
na capa. Este fato exige algumas considerações.
A Instituição incorpora ao seu “ser” a globalização,
portanto um dos maiores resultados do mundo capitalista. Talvez alguém possa
argumentar que o “global” do slogan não se refira ao aspecto econômico, mas à
presença da congregação em todo mundo. É um argumento válido, mas pela metade, pois
a Unilasalle é parte do mundo La Sallista, portanto globalizada.
Não vejo nenhum incômodo nesta revelação da Unilasalle no
mundo globalizado, capitalista. É uma empresa e, como tal, regida pelos
princípios da economia de mercado. Ninguém imaginaria estatizá-la ou
convertê-la em entidade comunitária. Está muito bem assim, próspera e pujante,
rumo ao destaque no campo educacional. Em vez de desilusão, sinto-me lisonjeado
ao perceber que eu e a Instituição em que estudo, partilhamos de mesmos
posicionamentos políticos e econômicos.
Existe, porém, um lado que é conflitante na IES. Em sala de
aula ouvimos, com frequência, discursos anticapitalistas e a favor do
socialismo de base marxista. Lemos à exaustão o Manifesto Comunista que é
claro: “O objetivo imediato dos
comunistas é (...) a derrubada da dominação burguesa (...)”. Fica um
descompasso entre a doutrinação acadêmica e a prática institucional. Não há
dúvida de que a cátedra é solidamente fundamentada na liberdade de opção dos
mestres, mas isto tem como contrapartida o direito de opção do acadêmico. Tal
liberdade acadêmica não pode estar limitada pela posição ideológica do
professor. Muito menos o aluno ter sempre os mesmos chavões em sala de aula.
Opiniões diferentes e contraditório são partes da democracia, a doutrinação
não!
Parabéns Lasalle por deixar clara a sua posição diante dos
alunos. Agradeço e solidarizo-me pela globalização.
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